Desgostos. Quem já não os teve? A minha vida parece a repetição de uma fita de longa metragem de um drama constante, demarcado pela exagerada carga emocional. Fora com os pensamentos positivos que andava a ter, a fé, a esperança baseados num fundo de nada, num vazio de sentimento, que reciprocamente não funcionava. O jogo foi rolando, mas hoje acabou, num tabuleiro onde pareciam disputar duas pessoas, mas que afinal apenas uma desafiava, não as Leis da Gravidade, mas as Leis do Karma. Eu acreditei, eu estava a ganhar força, coragem, determinação, tudo aquilo que me faltara, mas de nada resultou. Para quê? Restos de mim jazem espalhados por esse chão fora. O coração? Nem sei dele, de tal modo fora arrancado e atirado para longe, bem longe, onde não pudesse sentir. Mas eu sinto. Sinto e demasiado até. Atiro com a minha alma para a banheira, para ter como beira a sua própria solidão, e ligo as torneiras da água para que lá fora não me ouçam chorar, neste mar de lágrimas que a pouco e pouco me vai sufocando. . .