Fria e leve
Fria e doce
Sem parar, corre
Bebo palavras como água em dias de seca
Revoltei-o mais fundo para não deixar ficar,
lembrar,
sonhar...
Mas o que tinha foi levado
E o que quero, não importa o onde, nem porquê... Não posso
Na pacatez de uma alma solitária
findam memórias de lábios molhados
e corpos cruzados ao vento,
no campo,
sob a luz das estrelas que atravessa as montanhas.
E eu nem sei se a ilusão é demasiado alta
ou se nascemos para julgarmos que somos uma espécie de reis imortais
Que a cura existe em cada esquina, de cada paixão mal tratada
Que o veneno que nos acalma a alma, se vende por medida
Mas já não importa quando andamos por aí feitos vagabundos, fora dos nossos próprios ossos
Perdidos
Envoltos na precariedade da sociedade em que vivemos
E eu não quero lutar mais
Deixo-me levar como corrente de água,
sem parar
Leve e fria,
fria e leve.