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". . . . Essas palavras tristes e desorganizadas escondem as lágrimas que eu espero que tu nunca vejas . . . ."







sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

saudade



Saudades.
Saudades deste ar da terra
O céu está estrelado 
e eu deixo-me envolver uma vez mais pelo negrume da noite.
O ar gélido fere-me a cara, mas ao mesmo tempo afaga-me as memórias de noites há muito passadas.
Sigo em frente,
não volto atrás.
Em frente à lareira estou eu,
os meus olhos devoram os cavacos a crepitar
e as labaredas altas que me alucinam a vista.
E eu continuo enleada nessas situações. 
Volto a ser menina, calço as pantufas e desço a correr as escadas do meu quarto que dão para o quintal.
E lá estás tu. 
Sempre à espera. 
Jamais passaram os 7 anos em que te vi partir.
 Os meus avós também estão contigo, acenam-me ao longe. 
Eu começo a chorar. 
Tu estás aqui, eles estão, mas eu não estou.
Toda eu assento na realidade inconcretizável de não poder estar convosco nunca mais. 
E no fundo, o meu coração deseja aniquilar-se,
deseja esquecer o passado que não voltará.
Ao redor cai neve, 
ficam presos pequenos flocos no meu cabelo,
e então tudo é branco,
tudo desaparece.
Vocês não voltam
e eu deixo de me enganar,
deixo de me iludir com momentos que já não existem.
E então acordo.
Na lareira ficou a réstia de todo o fogo que a pôs a arder. 
E eu estou sozinha.
Saiu para a rua.
E vocês brilham,
brilharão sempre neste meu céu estrelado.



by me




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