your language


". . . . Essas palavras tristes e desorganizadas escondem as lágrimas que eu espero que tu nunca vejas . . . ."







sábado, 28 de abril de 2012

dead but still alive


''Aprendemos mais com os mortos que com os vivos''
Eu acredito que sim.
Os que já partiram ensinaram-me a amar, a saber ser educada, a dar valor às pequenas coisas da vida: a um simples abraço de adeus, a um beijo singelo na face, a palavras doces e reconfortantes, a ajudar o próximo, a ser humilde e prestável para os que mais precisam, a ter um bom coração e ver o lado bom de cada pessoa. Ensinaram-me sobretudo a ser alguém, a ser especial, ou a tentar sê-lo. Aprendi com eles que podemos  amar na distância, lembrar pequenos, mas importantes pormenores de tempos confusos, que os erros se cometem, mas que temos uma longa vida para tentar remediar tudo o que fazemos de mal. A perdoar quem nos magoou, a saber pedir desculpa a quem ofendemos, a amar quem em tempos odiámos. E hoje, hoje não sinto falta daqueles que estão comigo e que às vezes me ignoram (nem sei porque continuo a chamar amigo a tanta gente), hoje sinto falta daqueles que me mostraram o que era a vida, quando eu ainda via o mundo colorido despreocupadamente, quando apenas importava o presente, quando ainda não dava valor ao que tinha, nem às pessoas que estavam junto a mim. Sinto falta. E o que me dói mais é que por vezes preferia estar morta e com eles, a ter de conviver todos os dias com quem me fere a alma com um ignorar e desprezo constantes. . . . 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

desilusões

 

Aqueles que pensamos que nunca nos vão magoar, são aqueles que realmente nos fazem pensar o 'porquê' de algum dia os termos chamado de 'amigos'. 



quarta-feira, 18 de abril de 2012

things changed

Costumamos dizer que todas as mudanças são para melhor, que a cada dia que passa as coisas têm tendência a ser aperfeiçoadas, que o impossível torna-se concretizável apenas com o desejo e pensamento forte. Mas as coisas na vida não são tão lineares quanto isso, de um momento belo pode passar-se rapidamente a um futuro triste e sem opções. Erros que nos custam lágrimas de dor. Pensamentos que nos fazem soluçar a cada palavra que ouço em músicas, que me lembram de tempos e memórias que não quero. Eu já esqueci o que sou, não me reconheço em todos os dias que passam, e pouco a pouco vou sendo uma estranha até para mim mesma. Não sei como agir, me pronunciar, abrir os olhos em cada dia e sorrir, quando o que me apetece é chorar e não voltar a acordar. O sentido que havia já não existe. Apagou-se da cabeça o que era.. O que fui, o que foste. Eu já nem a mim me pertenço. Sou uma alma sem apegos (nem a mim mesma). Desloquei-me da realidade e dou por mim a rir, mas nem rio do que dizem, rio de mim mesma, do ser estúpido e impensante que tem cabimento dentro do meu corpo. Afoguei todas as mágoas e desgostos, mas mesmo assim, alguma sensibilidade descabida ainda habita em mim. Dou pelas horas a passarem e apercebo-me que a vida não é nada, quando nem eu me endireito nela ou simplesmente deixo morrer tão doce e melancolicamente nos meus braços uma vida, como no outro dia aconteceu. Perco-me nos sonhos de infância, em todos os meus antigos ideais, e volto a ser a menina, a que chorava, a que sofria, a que era esquecida por muitos, a que engolia a tristeza aos olhos dos outros, mas que por dentro se dilacerava como se fosse grande. Maturidade interna, e fragilidade e criancice aparente. Engraçado como os pequenos são os que mais conseguem enganar, omitir o sofrimento. Horas sem dormir, numa mente tão pequenina, e contudo tão alerta para o quotidiano, as tragédias, os momentos de outros tempos. Tenho saudades. Não desses tempos, mas da criança que deveria ter sido, da infância que deixei escapar em anos de racionalidade excessiva e incondicional. De fragmentações da minha pessoa, a tentar ser alguém que nunca fui. Nunca o suficiente. Sempre esse o pensamento. Mas eu continuo sempre no quase. E hoje já não sou eu, mas também já não sou a menina. Sou uma realidade obliqua, um conjunto de estilhaços de personalidades e pensares que julgo, ou me foi incutido ser, pela minha própria racionalidade. O relógio dá as horas uma vez mais. Deixo-me levar pelo som urbano e às vezes convenço-me que não sou deste mundo. Faltam-me as energias no limbo do horizonte, dá-me sede só de ver um azul tão puro no céu, que não consigo alcançar. Doem-me os olhos de um arder constante de cada vez que vejo passar por diante sonhos, em pequenas bolhas de ilusão, consumidas por labaredas de credulidade inatingível. Espero. (Uma vez mais). O vento entra pelos bordos da janela, leva para longe as minhas palavras, assim como levou o meu ser emocional e cheio de fé num amanhã um pouco mais rosa, ou melhor, mais branco, porque é na brancura que se sente o resfolgar da vida. (Não fossem as pessoas puras de coração afinal as mais felizes no mundo.) Inundem-se os pulmões do respirar puro da minha tão imprópria natureza. Por hoje vou embora, não eu, mas aquela que escreveu... eu ando noutra realidade embrenhada em pensamento e conexões, que me fazem esquecer um pouco mais de hoje, do ontem, do que penso que fui e tive, ou que ainda vou ter.