Be aware of the wolf!
Olhando para o infinito ela corre ofegante por aquele caminho interminável; o cabelo pega-se-lhe nas faces e os pulmões parece que vão entrar em combustão. Sentimento de perseguição que lhe assola a alma e o pobre coração. Ao longe, mas aproximando-se rapidamente, ouve as passadas fortes daquele que psicologicamente a devora e desfaz em pedaços. Pés. Raiz. Solo. E ela tropeça. Deixa cair por terra o que com tanta dedicação havia transportado e tudo fica revolteado, espalhado, impossível de voltar a alcançar. Mas ela não desiste, antes se levanta desajeitadamente e sustem o seu corpinho frágil, nas pernas cansadas que começam a fraquejar. E assim tão rapidamente como caiu, retoma a corrida de fugida a algo que ela tão bem conhece, mas tem medo de admitir. Gritos. E ela sente a pele das costas a rasgarem. Gritos. E outra vez o seu corpo de desmanchou face às garras maquiavélicas daquele abominável ser. Há sangue no chão. E ela chora. Não porque foi magoada uma vez mais, não porque caiu ao chão, não porque o coração lhe foi arrancado pelas costas. Chora porque é morta-viva neste mundo que não a merece e porque não lutou por aquilo que mais amava e desejava e que agora não é, nem será seu.
Não acredito que só li isto agora. Adoro. Está mais negro e pesado que o teu estilo habitual... beijo *
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