Querer tocar sem limites e alcançar...
No desejo do dia, nasce a loucura excessivamente racionalizada à noite.
De vergonha se cobrem os meus neurónios.
Um sentir culposo de realidade utópica e momentânea.
E eu quero tocar e sentir.
Deixar afagar de modo breve e quente,
em tom carinhoso e suave que só tu sabes dar.
Uma ilusão que derrete um pouco mais todos os dias.
Uma negação constante repete-se na minha cabeça até ao coração.
E a minha pele não pára de te recordar deliberadamente.
De modo sórdido e fugaz.
De um modo aleatório e inexplicável.
Na ânsia de não voltar a ter lugar...
your language
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
desejar
E quando os teus dedos roçam a minha pele,
eu saboreio um curto-circuito forte e fraco, quente e frio...
E a saudade jaz em momentos desses, que não podem vaguear por aí!
Numa estranheza inconcebível de desejos palpitantes imoderados...
Quero largar e não sentir.
Quero partir, mas não deixar.
Ficar como pedra solta na calçada, sem entristecer, sem amar ...
E eu imagino em câmara lenta, duas bocas molhadas em sincronia premeditada...
Sem apegos aos passado e preocupações futuras.
Num loucura desenfreada, como se de primeiro amor se tratasse.
Desejar sem poder.
E continuar assim, a andar sem caminho pelo meio das ruas da impossibilidade...
quinta-feira, 16 de julho de 2015
terça-feira, 7 de julho de 2015
Fria e leve
Fria e doce
Sem parar, corre
Bebo palavras como água em dias de seca
Revoltei-o mais fundo para não deixar ficar,
lembrar,
sonhar...
Mas o que tinha foi levado
E o que quero, não importa o onde, nem porquê... Não posso
Na pacatez de uma alma solitária
findam memórias de lábios molhados
e corpos cruzados ao vento,
no campo,
sob a luz das estrelas que atravessa as montanhas.
E eu nem sei se a ilusão é demasiado alta
ou se nascemos para julgarmos que somos uma espécie de reis imortais
Que a cura existe em cada esquina, de cada paixão mal tratada
Que o veneno que nos acalma a alma, se vende por medida
Mas já não importa quando andamos por aí feitos vagabundos, fora dos nossos próprios ossos
Perdidos
Envoltos na precariedade da sociedade em que vivemos
E eu não quero lutar mais
Deixo-me levar como corrente de água,
sem parar
Leve e fria,
fria e leve.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Gelo
Uma vez mais apagada, na noite escura iluminada.
Eu sou gelo, embora o frio não se chegue perto. Para além do canto vazio, está a alma abandonada, desgarrada, solta ao sabor do pensamento que não pensa, mas sente. Queria dizer que quero ser mais eu e menos do que os outros querem. Queria partir e não voltar só para ter desejo de ficar. E embora a pouco e pouco tudo o que era esteja por aí espalhado em pedaços, eu ainda fico na esperança de ser uma só, unida em qualquer lugar que mereça atenção. Que me faça desejar ser, embora jamais o seja.
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