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". . . . Essas palavras tristes e desorganizadas escondem as lágrimas que eu espero que tu nunca vejas . . . ."







sábado, 5 de março de 2011

in the darkest side (2)



Sinto-me perdida na vagueza do caminho, por entre sombras dos meus próprios anseios e refugiada do canto triste da solidão. Ao fundo não vejo mais que um brilho de imensidão de todos os meus medos. Corro desaforadamente até os pés arranhados sangrarem às picadas de ramos soltos pelos chão; a minha cara fica afogueada e escorrem-me gotas de cansaço pela face, como labaredas incessantes a queimarem. Mas eu não paro! Fujo por entre obstáculos dou voltas e voltas, contudo venho dar ao mesmo caminho, ao mesmo lugar. Não posso fugir. Não me posso esconder. Mas não consigo enfrentar. Um terror dilacerante consome-me internamente e a batida descontrolada do meu coração palpitante ecoa por toda a floresta. Não posso voltar atrás, nem dou um passo em frente. Fico estagnada no mesmo lugar e fecho os olhos. Ao longe vou ouvindo um aproximar assombroso que me vem buscar. Deixo-me cair no chão e respiro, tão ofegantemente que sinto o  respirar no meu ventre. Temor ilusório. Abro os olhos estendida no tapete do meu quarto e concluo que não são mais que alucinações mentais de um receio existente que deve ser esquecido e deixado para trás. Tudo vira realidade aquando do frágil estado em que nos encontramos. Até os horrores obscuros que co-habitam em nós e passam a assumir a vida, que por eles não devia ser comandada. 

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