
Nós pessoas somos tipo máquinas de produção de amor. Umas de produção mais intensiva, do que outras. O problema ocorre quando começamos a acumular demasiado em stock e não temos mercado para escoar os produtos. Damos demais de nós, para receber em troco nada. Eu sou assim; é verdade que temos sempre parte da culpa de estarmos de determinada maneira perante a vida, mas às vezes chego a pensar que existem coisas que não mudam por mais que tentemos redireccionar. Enfim. Quando se gosta há mais de um ano de alguém e essa pessoa não vê a pessoa maravilhosa que somos, o tanto que temos para lhe dar, começamos a pensar seguir em frente, esquecer, ou à mais pequena amostra que nunca vai acontecer mais nada (logo de início), devemos recuar e seguir em frente, para não deixar que a produção cresça, cresça e cresça exponencialmente. Eu deixei acumular demais, eu comecei a gostar de mais, a desejar mais, a amar mais do que devia. Cheguei pois a um ponto que não dá para voltar atrás, ou melhor, dá, mas agora, até que o sentimento que nutro se apague em mim, o meu coração parece um ouriço, fechado sobre si próprio, sem se abrir para mais ninguém. Ontem em conversa com uma amiga ela disse 'Pushaa A. não devias ter deixado chegar a este ponto'. Não devia ter chegado a este ponto? A este ponto??? Mas existe alguma coisa que nos faça deixar de amar, ou não deixar que o sentimento fique tão forte? Como seres humanos reside em nós sempre uma ponta de esperança, uma luz ao fundo do túnel, que nos faz acreditar na plenitude, mesmo em tempos mais sombrios. É estúpido dizer isto, mas tenho pena de mim própria, por estar aprisionada a alguém que jamais me irá pertencer, não por não ter tentado, mas porque simplesmente esse alguém não gosta de mim. Custa imenso ter tanto para dar e ser tudo jogado fora, como algo dispensável que não queremos ter mais. E eu consegui resistir durante este dois meses, consegui não pensar tantas vezes em ti, consegui que o meu coração não pulasse do peito cada vez que te visse, consegui conter-me para não me meter contigo e falar de cada vez que te via. E sabes que mais? Não resultou. Hoje o coração dói-me na mesma, não te esqueci nem mais um pouco, não deixei de gostar de ti tampouco e ontem à noite, apesar da noite ter sido excelente (tive jantar de curso) adormeci a chorar . . .
Desculpem, eu fico triste só de ver o tom melancólico de todo o meu blog, mas este é dos únicos sitios onde posso expressar o que sinto, e quando estou feliz muitas vezes não tenho o alento de vir aqui, acontece mais quando estou em baixo.
Uma boa semana para todos e um excelente feriado.
Prometo voltar assim que tiver um tempinho e estiver com melhor disposição.
Beijinhos